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No Norte de Minas Gerais, o Território Tradicional Geraizeiro de Vale das Cancelas sofre com consequências do avanço da monocultura de eucalipto e pinus, que ameaça a sustentabilidade ambiental e o modo de vida tradicional dessa comunidade.
A comunidade sofre desde a década de 1970 com o avanço de empresas de monocultivo das espécies que são amplamente utilizadas nas indústrias de papel e celulose e de construção civil. As plantações de pinus e eucalipto estão por toda a parte no território de Vale das Cancelas.
O encurralamento dos geraizeiros começou há cerca de 50 anos como parte de uma política de modernização agrícola promovida pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) durante a ditadura militar, que ignorou completamente a existência dos povos tradicionais da região.
Entre as consequências do avanço das empresas de eucalipto e pinus na região estão o desmatamento do Cerrado, a contaminação do solo com agrotóxicos, o assoreamento de córregos e rios, a diminuição na disponibilidade de água e o aumento da insegurança. As famílias também relatam ameaças feitas pelas empresas diante da resistência ao avanço das monoculturas.
Reportagem: Carolina Caldeira, Caroline Oliveira e Vitor Shimomura
Fotografia: Vitor Shimomura
Roteiro e montagem: Vitor Shimomura